Radiodifusão precisa de um novo modelo de negócios
Em termos de modelo de negócios, a radiodifusão teve momentos difíceis. A ascensão do cabo e a proliferação de canais sacudiram o domínio da TV aberta sob a atenção dos consumidores na grade de programação. A vasta expansão de alternativas de entretenimento e educação colocou a radiodifusão na posição de lutar pelo público. Tudo isso aos poucos aponta para o final da dominação do TV com hora marcada, quando o público sabe que um certo programa começa a uma certa hora e deixa sua agenda livre naquele momento. Com a exceção de grandes eventos na TV, que incluem programas como a Copa do Mundo, a audiência já pode personalizar a maneira como vê TV, ajustando tudo ao seu próprio interesse e agenda. O futuro da radiodifusão permanece em aberto.
Nos Estados Unidos, no encontro anual da NAB, o futuro da radiodifusão começou a ficar mais claro. Existem estratégias que as radiodifusoras podem usar para permanecer uma negócio viável frente ao progresso tecnológico e pressões competitivas. (…)
O problema básico é que as restrições nas quais a radiodifusão historicamente se apoiou para construir seu lucro agora foram relaxadas. No cabo americano, durante anos, o que funcionou foram os pacotes onde apenas um dos canais era exatamente o que o consumidor queria, e centenas de canais simplesmente não são assistidos. Mas, historicamente, os assinantes sempre pagam pelo pacote. O mesmo modelo funcinou com a música na época do vinil ou do CD.
Agora, veja o que acontece com a Aereo, empresa que redistribui o sinal de TV aberta pela internet para centenas de aparelhos de TV nos Estados Unidos. Com pequenas antenas de retransmissão, a Aereo redireciona conteúdo livre e cobra dos assinantes uma pequena taxa, muito menor do que o serviço de cabo. Enquanto a quantidade de canais é menor, o preço também é. Os radiodifusores americanos ficaram malucos, argumentam que pagam um conteúdo de alta qualidade que é retransmitido e deveriam ser recompensados por isso, como acontece no caso do cabo. A Aero argumenta, e os tribunais concordam, que o sinal é livre para ser recebido e que, ao fazer o serviço, eles estão oferecendo valor a seus consumidores. Para entender como isso é disruptivo, considere um dos momentos dramáticos de uma Conferência quando Chase Carey, diretor da News Corp, calmamente disse que se as redes perdem seu direito de cobrar por retransmissões eles tem que considerar abandonar o modelo de negócios. E assim, a questão da TV a Cabo e da TV Aberta está se desenvolvendo nos EUA, onde a rede é praticamente toda cabeada.
Uma vez que o modelo de pacotes termina, os consumidores que querem conteúdo de outras maneiras, começam a comprar apenas aquilo que lhes interessa. Foi o que aconteceu na indústria da música, que fundamentalmente transformou a natureza do negócio. É o que acontece na indústria do cinema, do VOD e do streaming na internet.
A radiodifusão pode manter uma alta qualidade de imagem com a TV Digital. É necessário expandir a rede. Além disso, é importante criar novos negócios convergentes que façam com que o consumidor consiga o que quer.
Adaptado de http://blogs.hbr.org/2013/04/watching-broadcast-tv-for-a-ne/
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